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Peça-show investiga a masculinidade negra por meio da arte

  • Francine Moreno para Diário da Região
  • 3 de dez. de 2016
  • 3 min de leitura

O Coletivo Negro, de São Paulo, desembarca em Rio Preto pela primeira vez. O grupo de investigação cênico-poético-racial, que debruça sobre a criação teatral desde 2008, traz para a cidade o espetáculo Farinha com Açúcar ou Sobre a Sustança de Meninos e Homens, produção que faz uma pesquisa e investigação artística sobre a construção da masculinidade negra.


A produção será encenada neste sábado, 3, às 20h, no teatro do Sesc, com ingressos a R$ 6, R$ 10 e R$ 20. A atividade faz parte do programa Consciência e Resistência, com exposição, shows, espetáculos e outras atividades que discutem a representação negra no Brasil. A idealização, direção, dramaturgia e atuação do espetáculo é assinada por Jé Oliveira, que é artista e músico. No palco, ele é acompanhado por uma banda formada por Cássio Martins, DJ Tano-ZáfricaBrasil, Fernando Alabê, Mauá Martins e Melvin Santhana.


A peça-show de 90 minutos, um misto de história com reflexão, estreou em março deste ano no Sesc Pompeia e é a quarta de seis produções no currículo do grupo. Jé Oliveira explica que o espetáculo tem dois atos. O primeiro se chama Morrendo e o segundo é denominado como Sendo. “A peça tem uma trajetória que vai da morte para a vida”, pontua. Paisagens sonoras se materializam por meio do ato de contar, expor e refletir sobre a experiência do ser negro na urbanidade.


Utilizando o teatro e a música em cena, a peça ainda flerta com a dança e busca discutir a formação da identidade masculina negra periférica e trata do genocídio da população negra. “As reflexões se dão em cima disso, e a afirmação cultural é feita por meio da música, do funk dos anos 70 e do rap dos Racionais MC’s”, explica. O coletivo de Mano Brown também serviu de referência para a pesquisa e a relação íntima com o público é feita por meio da palavra falada e cantada.


Para buscar inspiração e construir o espetáculo, 12 homens negros de diferentes idades e profissões foram entrevistados. A lista inclui nomes como o poeta e diretor de cinema Akins Kintê, o professor e artista Allan da Rosa, o produtor e pesquisado Renato Ihu, o vendedor de livros Seu Luís Livreiro, o modelo Will Oliveira e o poeta Zinho Trindade. As experiências e os depoimentos de luta de cada um auxiliaram Jé a chegar a este resultado.


Segundo o músico, o nome Farinha com Açúcar ou Sobre a Sustança de Meninos e Homens se deu porque a farinha com açúcar é uma comida comum nas periferias do Brasil. “Os dois alimentos surgem quando não se tem mais nenhuma outra opção, quando acabou tudo na cozinha. Já a sustança é uma metáfora e brincadeira sobre os alimentos para sustentar a vida destes meninos e homens.”


O grupo tem oito anos de fundação. Dos seis espetáculos, cinco estão em circulação. Para Jé Oliveira, vir a Rio Preto é importante. “Nunca fomos à cidade e estamos bastante ansiosos. Achamos importantíssimo que as produções circulem por todos os lugares do País, sendo interior do estado de São Paulo ou até do Brasil. Este debate nos interessa muito.”

Serviço

  • Farinha com Açúcar ou Sobre a Sustança de Meninos e Homens, do Coletivo Negro. Apresentação da peça-show neste sábado, 3, às 20h, no teatro do Sesc. Os ingressos custam R$ 20, R$ 10 e R$ 6. Informações: (17) 3216-9300

fonte: http://www.diariodaregiao.com.br/cultura/teatro/pe%C3%A7a-show-investiga-a-masculinidade-negra-por-meio-da-arte-1.651750

 
 
 

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